Experiências do Moderno em Belém: construção, recepção e destruição
Palabras clave:
Belém, Arquitetura Moderna, ModernizaçãoResumen
Este artigo revisita constructos modernos (físico, social, cultural e político) que se observam em Belém desde 1930, e que se apresentam reiteradamente até a década de 1960. Tratam-se de expressões intermitentes que se apresentam em dois níveis e dois espaços diferenciados: na área central da cidade, com propostas de equipamentos públicos e dos primeiros edifícios modernizados nas décadas de 1930 e 1940; e no espaço urbano em expansão ao longo de vias centrais e suas adjacentes, onde erguem-se casas, edifícios, escolas, sedes de instituições públicas seguindo um conceito de modernidade que se associa, na década de 1930, às políticas implementadas na chamada “Era Vargas”, e na década de 1950, às políticas do desenvolvimentismo e às novas demandas de moradias por um grupo social emergente. Nesse sentido, o objetivo deste artigo é tratar dessas experiências em três dimensões distintas: de construção (edifícios, discursos e de historiografia) da recepção, e da destruição de grande parte dessa experiência do moderno em uma capital da Amazônia brasileira. Utilizou-se como metodologia, o levantamento documental (registro fotográfico e projetos originais), levantamento arquitetônico e redesenho de algumas obras, com uma posterior análise formal e espacial das mais representativas. Considera-se que as expressões do moderno em Belém aqui abordadas, embora se manifestem em um momento especialmente pouco promissor economicamente, buscou romper com os códigos estabelecidos, promovendo, de certa forma, uma reorganização do espaço e da fisionomia da cidade eclética, constituindo-se assim, como uma experiência de um “moderno radical” para o contexto de uma cidade amazônica pós “era da borracha”.