Arquitetura afro-brasileira: O Ilê Axé Xapanã em Cachoeira, Bahia

Resumen

Este artigo trata do reconhecimento das arquiteturas afro-brasileiras presentes nos territórios quilombolas, tomando como referência o terreiro de candomblé Ilê Axé Xapanã, localizado na comunidade de Santiago do Iguape, Vale do Iguape, Cachoeira/BA. No território quilombola afirma-se a existência de uma cosmovisão afro-centrada e afro-referenciada, onde articulam-se movimentos anticoloniais que constroem arquiteturas contra-hegemônicas, como as que constituem os terreiros de candomblé, essenciais para a permanência e resistência dessas comunidades. A metodologia qualitativa fundamentou-se no convívio com a comunidade do Ilê Axé Xapanã e suas ritualidades, em entrevistas/escutas, registros fotográficos e na forma descritiva e detalhada da arquitetura e de elementos rituais afro-brasileiros. Como resultados, destaca-se a relevância da afirmação de uma ancestralidade negra/africana, expressa na materialidade e imaterialidade do terreiro de candomblé, edificado a partir das diversas manifestações culturais e religiosas existentes. Essas arquiteturas são patrimônios materiais e imateriais compostos simultaneamente, conduzidos pelo fluxo de axé vital que vai dar sentido único e singular à arquitetura dos terreiros nos quilombos.