Arquitetura humanitária e acolhimento na América Latina
Palavras-chave:
Refúgio, Arquitetura Humanitária, Fronteiras latino-americanas, Transitoriedade, Precariedade programadaResumo
As migrações no continente latino-americano, em especial oriundas da Venezuela, mudaram o cenário da região desde 2015. Divergências políticas, econômicas e sociais, especialmente com alguns países, aprofundaram-se, culminando em fechamentos de fronteira e mudanças nas relações comerciais e diplomáticas. A ampliação da crise, o embargo econômico e as tensões no continente latino-americano refletiram em situações inéditas, como a migração em massa de venezuelanos dos mais diversos perfis sociais, econômicos e étnicos, em busca de ajuda humanitária, especialmente nos países de língua espanhola e com fronteira com a Venezuela. No Brasil, a Operação Acolhida, junto à fronteira do estado de Roraima, criou infraestruturas de apoio e abrigos em Pacaraima e Boa Vista, visitados pela missão de pesquisadores da Cátedra Sérgio Vieira de Mello/ACNUR/PUC-Rio no segundo semestre de 2018. Desde então, o LabAH (Laboratório de Arquitetura Humanitária/DAU/PUC-Rio) teve a possibilidade de acompanhar o trabalho dos arquitetos e engenheiros do ACNUR (Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados), para compreender melhor os desafios da arquitetura humanitária em situações de transitoriedade e emergência, bem como contribuir com algumas discussões e propostas para melhorias dos espaços e estruturas de acolhimento, em uma cooperação técnica que resultou em um projeto de adaptação climática das RHU (Refugee Housing Unit) e na construção de protótipos para testagem no complexo Rondon.