Políticas de subjetivação e cartografias: liminaridades entre o real e o hiper real na cidade contemporânea
Palavras-chave:
Cartografia, Representação, Real, SubjetivaçãoResumo
O dispositivo cartografia faz funcionar relações de poder em diversas funções como localizar, orientar, direcionar, formalizar, organizar, identificar, figurar e contar, de modo que tais funções atualizam e efetivam as possibilidades dessas relações de poder agirem na produção da cidade. O saber cartográfico, nesta perspectiva, instaura forças produtivas, tanto pelo que possibilita conhecer da cidade, dos sujeitos, das práticas, dos territórios, do cotidiano e uma miríade de variáveis que os envolve, tanto pelo poder, daí decorrente, enquanto atualização imanente e recíproca do saber. Interessa entender que força produtiva opera nas figurações cartográficas/ urbanas? O que define seus regimes de luz e de linguagem, ou seja, o seu saber-fazer? Para problematizar o pressuposto da representação, apontamos um horizonte epistemológico encharcado de liminaridades, de passagens entre os seguintes estatutos: real, ficcional e hiper-real. A representação cartográfica é desenquadrada do suposto ideário de legitimidade científica, geométrica e matemática, numa operação afeita ao que Foucault propõe como genealogia do poder, a fim de entender: que artifícios compositivos são adotados na produção cartográfica das cidades contemporâneas? Como tais artifícios relacionam-se com o processo de transmutação em curso? De que modo tal transmutação deflagra rebatimentos sobre a historicidade da apreensão e experiência urbanas?