O Parque Pedra de Xangô: afirmação da arquitetura e da geografia negras
Palavras-chave:
Arquitetura Contra-colonial, Fotografia Afrodiaspórica, Parque Pedra de Xangô, Pensamento de FronteiraResumo
A escrita tem como proposta a exposição da narrativa contra-colonial imbricada na arquitetura do Parque Pedra de Xangô, a partir de uma perspectiva teórica, do trabalho de campo e dos resultados advindos da dissertação intitulada Pedra de Xangô: um lugar sagrado afro-brasileiro na cidade de Salvador, e das informações e impressões preliminares desenvolvidas no projeto de tese intitulado A Governança Espiritual: o sagrado afro-brasileiro presente na edificação do memorial do Parque Pedra de Xangô. Para discorrer sobre o tema, iremos trabalhar com três experiências paradigmáticas — que contribuíram na elaboração dessa escrita, mas, também, na compreensão da máxima expressão da simbologia, representação e poder ancestral concentrado no território afrodiaspórico. O texto de Stuart Hall, Pensando a diáspora, os depoimentos de Sangodele Ibuowo e Oyeniyi Oyedemi, integrantes da comitiva do Aláàfin Òyó, e de uma adepta do candomblé serão analisados. O método de pesquisa utilizado é o afrodescendente, de modo que a pesquisa transgride as regras prescritas compulsoriamente pelo saber/fazer hegemônico. As normas aqui são ditadas por Xangô, o Rei, o Orixá da ética, da verdade e da justiça, de forma a dar visibilidade à fotografia afrodiaspórica, produto de uma geografia negra, política e religiosa presente no território das cidades.