Memórias do Terreiro da Goméia: entre a sacralidade e a dessacralização

Autores

  • Rodrigo Pereira Universidade Federal do Rio de Janeiro

Palavras-chave:

Memória, Arqueologia, Candomblé, Terreiro da Gomeia

Resumo

A memória pode ser conceituada como sendo aquela capacidade humana de conservar certas informações, sentimentos e vivência que permitem ao indivíduo atualizar impressões ou informações passadas ou ainda as reinterpretar como passadas. Contudo, esta ação dá-se sempre no presente e não é eivada de posições sobre os fatos rememorados. A partir das escavações arqueológicas empreendidas nos remanescentes do Terreiro da Gomeia (Duque de Caxias/RJ) e das memórias recolhidas acerca de seu funcionamento e crise sucessória, o presente artigo visa debater a função da memória na construção de narrativas sobre o local, seu funcionamento, crise sucessória e destruição. A Gomeia foi um dos grandes candomblés fluminenses, tendo funcionado de 1951 até 1971, quando seu dirigente faleceu e iniciou-se uma crise sucessória. A formação de três vertentes sobre estes fatos demonstra como a memória é política e visa justificar determinados pontos de vista e posições. As memórias recolhidas em pesquisa serão utilizadas como um dos suportes para a construção da interpretação arqueológica sobre o término do terreiro de candomblé fluminense.

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Biografia do Autor

Rodrigo Pereira, Universidade Federal do Rio de Janeiro

É graduado em Ciências Sociais,  Mestre em Ciências Sociais e Mestre em Arqueologia. Membro do Laboratório de História das Experiências Religiosas e professor colaborador na Universidade Federal do Rio de Janeiro, estuda e orienta pesquisas sobre religiões e religiosidades, em especial as afro-brasileiras. Em Antropologia pesquisa o Candomblé, debatendo micro política em terreiros, eventos de sucessão e temas relacionados à liminaridade.

Publicado

01-07-2018