Memória e patrimônio na perspectiva intercultural do turismo globalizado

Autores

  • Giulia Crippa Universidade de São Paulo (USP)

Palavras-chave:

V!15, Memória, Patrimônio, Globalização, Turismo

Resumo

É apresentada uma reflexão acerca das mudanças que, nas últimas décadas, podemos observar em relação ao conceito de memória, mostrando, através de alguns exemplos, de que maneira a sociedade contemporânea se preocupa com a construção de memórias de natureza diversa e distinta daquelas do passado, em uma reflexão que se insere na proposta de discutir os processos de sua constituição em nossos dias. A pergunta que colocamos é sobre a criação daquela que podemos chamar “memória do futuro”, isto é: a herança que consideramos relevante e compartilhável para as gerações vindouras. É sobre isso que precisamos nos confrontar, observando em perspectiva aquelas que foram as mudanças para entender o quadro ideal e, mais além, ideológico, no âmbito do qual estas memórias são selecionadas e organizadas, para serem compartilhadas por públicos que, dentro de seu próprio perfil, adquirem dimensões cada vez mais globalizadas. Nossa proposta é de uma pesquisa exploratória e cartográfica, baseada em algumas experiências de museus e outros espaços dedicados à memória e ligados ao turismo de massa. Para abordar o tema, foi escolhido um procedimento histórico do qual desfrutamos aspectos ligados aos elementos indiciários e sociais e questões de narrativas da Memória que nos interessaram. Oferecemos um panorama da construção cultural da relação histórica entre um centro “ideal”, representado pelo modelo europeu e por suas tradições memorialistas, e os territórios “colonizados” que, demasiadamente, foram definidos como “periféricos”. Procuramos entender os efeitos da exportação dos ideais europeus de memória, observando seus efeitos nestes territórios “periféricos”. Observa-se, em conclusão parcial, que ao lado de patrimônios já institucionalizados, novos lugares de memória são gerados, em uma perspectiva de expectativas de um turismo globalizado, que requer linguagens pautadas pela indústria cultural.

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Biografia do Autor

Giulia Crippa, Universidade de São Paulo (USP)

É bacharel em Letras, Especialista em Arquivologia e Doutora em História Social. Professora no curso de Ciência da Informação e Documentação, da Universidade de São Paulo (USP). Estuda memória, museus e patrimônio, mediação da informação e da cultura, história da organização da informação e do conhecimento, políticas culturais e da informação.

Publicado

10-12-2017