PICO Colectivo como metodologia projetual em territórios fragilizados
Palavras-chave:
América Latina, PICO Colectivo, Projeto participativo, Lugar, Direito à cidadeResumo
Este artigo tem como objetivo discutir soluções metodológicas e projetuais de estudo de caso, como alternativa a fenômenos da segregação socioespacial, percebidos principalmente em países dependentes da América Latina. Como raiz presente, o continente compartilha uma história marcada pelo colonialismo e desigualdade, contemplando similitudes e diferenças socioterritoriais. PICO Colectivo, coletivo arquitetônico multidisciplinar venezuelano, atua em territórios fragilizados especialmente em seu país, para o que, busca-se o reconhecimento de especificidades da Venezuela como situação sistêmica. Articula-se o estudo de caso de maneira metodologicamente dialética, mediante sua interpretação perante referências teóricas e pela investigação crítica de sua atuação. Os resultados incluem a compreensão inicial de condicionantes desdobráveis a outros países sul-americanos dependentes como analogia ao fenômeno de segregação socioespacial. A investigação de princípios, processos organizativos, de inserção social e metodologias de projeto do coletivo objetiva construir um inventário pressupondo hipóteses de replicabilidade circunstanciada a especificidades de outros países do continente ou de territórios do Sul Global. Intenta-se uma reflexão sobre o papel da arquitetura e urbanismo como agentes em uma sociedade segmentada, em direção à superação de ações instrumentadas pelo sistema hegemônico de acumulação de capital. Indagam-se possibilidades de uma profissão e disciplina tão dependentes de investimento, em encontrar alternativas metodológicas, projetuais e técnicas que possam fomentar transformações conjunturais compartilhadas em sua inserção no território, em direção a alterações estruturais de caráter político.