Zona Cultural Praça da Estação, Belo Horizonte: conflitos entre estratégias de gentrificação do Estado-capital e táticas anti-gentrificação de movimentos sociais

Autores

  • Felipe Bernardo Furtado Soares Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)
  • Marília Pimenta Chaves Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)
  • Bernardo Neves Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)
  • Natacha Rena Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)

Palavras-chave:

Gentrificação, Grandes projetos urbanos, Redes de resistência

Resumo

O discurso que sustentou o projeto Corredor Cultural da Praça da Estação, proposto para a região central de Belo Horizonte em 2013, é o de que o centro está degradado e precisa ser recuperado para ganhar nova vida, atraindo novos moradores, frequentadores e investimentos. Os vazios que se ampliam ao longo do tempo e o abandono estratégico têm sido fundamentais para justificar novos investimentos, escondendo o processo gentrificador, uma lógica de urbanização já denunciada inúmeras vezes pelo geógrafo e referência no tema, Neil Smith (1979; 1996), pelo qual a região central da cidade está passando. No caso de Belo Horizonte, vem sendo tecida a disputa entre o urbanismo neoliberal e as redes militantes e ativistas biopotentes. Por um lado, certos investidores se aproveitaram da desvalorização imobiliária para adquirirem diversos imóveis, que, com a revitalização da área, se valorizarão. Por outro lado, os movimentos de resistência em rede conseguiram mudar os rumos do projeto “Corredor Cultural da Praça da Estação” ao afirmarem que já há vida e cultura naquele território urbano com uma forte campanha “O corredor cultural já existe!”. O Grupo de Pesquisa Indisciplinar participa ativamente da cartografia das lutas territoriais que se estabelece entre os grandes projetos urbanos propostos pelo Estado-capital e as redes de resistência belorizontinas, atuando como mais um nó nesta rede de lutas ao identificar os pontos-cegos complexos que envolvem o urbanismo neoliberal em diversas escalas na cidade. Nos últimos anos, pesquisadores do grupo vêm atuando em diversas frentes nas lutas, tanto trabalhando com produção de informação simplificada e traduzida para subsidiar os movimentos sociais envolvidos na rede bipotente, quando agindo institucionalmente, como, por exemplo, ao compor o Conselho Consultivo da Zona Cultural, criado para produzir um plano diretor para o território central.

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Biografia do Autor

Felipe Bernardo Furtado Soares, Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)

É advogado, Mestre em Direito. Membro do grupo de pesquisa Indisciplinar, da Escola de Arquitetura e Urbanismo, da Universidade Federal de Minas Gerais. Estuda urbanismo biopolítico, direito constitucional, filosofia do direito, sociologia jurídica e antropologia jurídica.

Marília Pimenta Chaves, Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)

É estudante de Arquitetura e Urbanismo. Membro do grupo de pesquisa Indisciplinar, da Escola de Arquitetura e Urbanismo, da Universidade Federal de Minas Gerais. Estuda projeto de arquitetura e urbanismo.

Bernardo Neves, Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)

É arquiteto e urbanista. Membro do grupo de pesquisa Indisciplinar, da Escola de Arquitetura e Urbanismo, da Universidade Federal de Minas Gerais. Estuda projeto de arquitetura e urbanismo.

Natacha Rena, Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)

É arquiteta e urbanista, Doutora em Comunicação e Semiótica. Professora do curso de Arquitetura, da Escola de Arquitetura e Urbanismo, da Universidade Federal de Minas Gerais e coordenadora do grupo de pesquisa Indisciplinar. Estuda cartografia das lutas territoriais e urbanismo biopolítico.

Publicado

01-07-2017