Tubi or not tubi: a experiência do estudo de um território educativo em Tubiacanga, Rio de Janeiro

Autores

  • Rafaela Rezende Lessa Universidade Federal do Rio de Janeiro
  • Daniel Carvalho Mendonça Universidade Federal do Rio de Janeiro
  • Rodrigo Vieira Delfino Universidade Federal do Rio de Janeiro
  • Isabella Courel Costa Universidade Federal do Rio de Janeiro
  • Alain Flandes Gómez Universidade Federal do Rio de Janeiro https://orcid.org/0000-0002-7861-2862

Resumo

O Brasil vivencia um momento de espetacularização no contexto político-social, onde os cidadãos perdem, cada vez mais, o seu poder de decisão nos rumos das cidades e da sociedade em prol de um desenvolvimento econômico excludente. Seguindo esta lógica, os interesses econômicos passam a nortear as políticas públicas, em detrimento do bem-estar da população, permeando em esferas de ação como a educativa e o currículo escolar, onde as disciplinas que não estão diretamente ligadas aos setores produtivos tem sua carga horária reduzida.

Neste processo se criam novos fragmentos do tecido urbano equipados com infraestrutura de acordo com os interesses mercadológicos enquanto grande parte da cidade segue negligenciada pelo Estado, levando ao cidadão à perda gradativa do seu papel como ator que continuamente tece a cidade. Diante disso, entidades e movimentos ligados ao pensamento urbano se organizam para debater o direito à cidade e novas formas de participação. Mas nem sempre, o debate inclui a participação da população jovem, especialmente das crianças, que continuam sendo encaradas como futuras cidadãs e não cidadãs plenas e capazes de atuar ativamente nessa costura.

Portanto, a ideia da cidade continuamente sendo tecida a muitas mãos possibilita a inserção do universo infantil neste processo. As crianças, através da assimilação de conhecimentos, atitudes e valores observando o que há à sua volta e imitando-os, não estão simplesmente internalizando a sociedade e a cultura, mas estão contribuindo para a produção cultural e a mudança (CORSARO, 2003) sendo co-construtoras e transformadoras das realidades sociais ao vivenciar e perceber o território.

É nesse contexto que a disciplina Projeto Arquitetônico III (PAIII) da FAU-UFRJ, ministrada pela Professora Doutora Vera Regina Tângari, envolve a elaboração de estudos e projetos de uma unidade de escola municipal de ensino fundamental na Ilha do Governador no Rio de Janeiro. Dentro da disciplina, através dos conceitos de território educativo e educação integral1, são abordados os temas do papel da criança na construção de uma cidade/sociedade maisigualitária, sem distinção de cor, gênero, idade e classe social. Essa construção abraça a criança como um agente de transformação da sua própria realidade e se apoia, também, nos conhecimentos técnicos e teóricos da universidade.

O trabalho então, busca aqui, compor também uma nova parte dessa trama. Mapeando graficamente a experiência de quatro alunos envolvidos nessa atividade, em momentos de contato com a comunidade que surgiram a partir da análise crítica do lugar. Dentro desse cenário, os estudantes viram agulhas e simultaneamente partes do tecido, perfurados pelos atravessamentos.

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Biografia do Autor

Rafaela Rezende Lessa, Universidade Federal do Rio de Janeiro

é estudante do curso de Arquitetura e Urbanismo, da Universidade Federal do Rio de Janeiro.

Daniel Carvalho Mendonça, Universidade Federal do Rio de Janeiro

é estudante do curso de Arquitetura e Urbanismo, da Universidade Federal do Rio de Janeiro.

Rodrigo Vieira Delfino, Universidade Federal do Rio de Janeiro

é estudante do curso de Arquitetura e Urbanismo, da Universidade Federal do Rio de Janeiro.

Isabella Courel Costa, Universidade Federal do Rio de Janeiro

é estudante do curso de Arquitetura e Urbanismo, da Universidade Federal do Rio de Janeiro.

Alain Flandes Gómez, Universidade Federal do Rio de Janeiro

é arquiteto e urbanista, pesquisador do Programa de Pós-Graduação em Arquitetura, da Universidade Federal do Rio de Janeiro, membro do Grupo Ambiente Educação. Estuda ambientes educativos para crianças, territórios educativos.

Publicado

01-07-2017