A arte urbana enquanto "outro"

Autores

  • Ricardo Campos

Palavras-chave:

V!9, Grafite, Arte urbana, Cultura

Resumo

Fui gentilmente convidado pela revista V!RUS para escrever um texto para o número dedicado ao tema “a cidade e os outros”, pegando na questão relativa ao graffiti e à arte urbana. Um excelente desafio. Na verdade, a questão do Outro e da alteridade sempre esteve presente na vida citadina e tem sido abordada por diversos cientistas sociais ao longo dos tempos. A cidade é um lugar de elevada mobilidade de pessoas e comunidades, um território de encontro, de convívio mas, também, de conflito e tensão entre múltiplos grupos sociais, étnicos, religiosos, etc. A cidade edificou-se e renovou-se sobre estes alicerces que constituem o seu cimento social. O Outro está sempre presente, de forma mais passageira ou prolongada. Essa alteridade influi profundamente na vida metropolitana, na medida em que as diferenças culturais se expressam na camada visível do ambiente urbano. A paisagem é, invariavelmente, contaminada por esta pluralidade de sons, cores e odores que resulta de formas plurais de viver a vida e a cidade. Tal é especialmente evidente nos bairros ditos “étnicos” que recriam muitas das tradições e representações de terras longínquas. As grandes urbes compõem, assim, um mosaico variado de referências culturais que contribuem para um maior hibridismo e miscigenação cultural. Diria mesmo que esta troca de referenciais favorece a criatividade cultural, ao permitir fusões e diálogos inesperados.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Ricardo Campos

Ricardo Campos nasce em 1971, em Lisboa, Portugal. Mestre em Sociologia (FCSH-UNL, Lisboa) e Doutor em Antropologia (Antropologia Visual - Universidade Aberta, Portugal). Pesquisador no Laboratório de Antropologia Visual do Centro de Estudos das Migrações e Relações Interculturais (CEMRI-UAb) é também ilustrador freelance em tempo parcial.

Publicado

10-12-2013