A fala oculta do espaço doméstico: padrões familiares incorporados no layout de apartamentos na Lisboa contemporânea

Autores

  • Sandra Marques Pereira

Palavras-chave:

Cultura material, Lisboa, evolução da habitação, padrões familiares

Resumo

Este trabalho corresponde a um desenvolvimento inicial de uma pesquisa que deu origem a uma tese de doutorado, denominada “Casa e Mudança Social: interpretando as mudanças na sociedade Portuguesa através da casa”, concluída em 2010 no ISCTE-Instituto Universitário de Lisboa, Portugal. Para identificar uma tipologia das estruturas domésticas, desenvolvemos uma análise de conteúdo das plantas internas da habitação, usando anúncios imobiliários que foram publicados em um jornal semanal popular Português (N = 70). A análise identifica uma tipologia composta por seis tipos de estrutura doméstica: 1) matriz moderna pura; 2) a transição tradicional–moderno; 3) a privatização conjugal contínua ou a matriz moderna com reforço moderado de privacidade conjugal; 4) a privatização genérica contígua; 5) a privatização conjugal radicalizada; 6) a privatização genérica radicalizada. Apesar da predominância da matriz doméstica moderna desenvolvida pelos arquitetos do Movimento Moderno, as poucas mudanças observadas foram essencialmente relacionadas com a esfera privada do lar: a área dos quartos. Isto deve ser interpretado como a personificação parcial de um dos principais aspectos da sociedade contemporânea: o processo de individualização e a necessidade de autonomia dentro da família.

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Biografia do Autor

Sandra Marques Pereira

É socióloga e Doutora em Sociologia, pesquisadora do Centro de Estudos sobre a Mudança Socioeconômica e o Território (DINÂMIA-CET), do Instituto Universitário de Lisboa (ISCTE), Portugal, pesquisa cenários domésticos e modos de habitar, trajetórias residenciais e a metropolização de Lisboa.

Publicado

01-07-2011