Cidade inteligente contra-hegemônica: dos ODS ao direito à cidade

Autores

Palavras-chave:

Cidades inteligentes, Direito à cidade, Produção do espaço urbano, Governança democrática, Objetivos de desenvolvimento sustentável

Resumo

O discurso das cidades inteligentes, baseadas em tecnologias de informação e comunicação, está plenamente inserido no modelo de urbanismo neoliberal, ao perseguir ganhos de eficiência e competitividade e ao preconizar o papel central da iniciativa privada na gestão dos sistemas urbanos e na produção do espaço urbano, em detrimento de interesses públicos e da ampliação do direito à cidade. Em paralelo, propostas e práticas de planejamento e gestão que se contrapõem a esse modelo ora hegemônico têm sido adotadas por diversas cidades ao redor do mundo. O artigo tem como objetivo demonstrar a plausibilidade e a pertinência de narrativas e práticas de cidades inteligentes e sustentáveis contra-hegemônicas, baseadas na inteligência territorial e na governança democrática, em que a produção do espaço urbano seja pautada pela busca dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) e pela ampliação do direito à cidade. Para isso, a metodologia consistiu em revisão de literatura recente e na identificação, reconhecimento e estabelecimento de relações teórico-conceituais nos discursos, narrativas e práticas hegemônicas e contra-hegemônicas das cidades inteligentes. Como resultado principal, tem-se o desenvolvimento da hipótese de que a ampliação do direito à cidade pode se concretizar na medida em que os ODS e suas metas sejam atingidos parcial ou totalmente.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Fábio José Ferraz

Fábio José Ferraz é Economista e Doutor em Urbanismo, com Pós-doutorado em Urbanismo. Desenvolve estudos e consultorias sobre adaptação de cidades amazônicas às mudanças climáticas, economia circular, cidades inteligentes e desenvolvimento sustentável. fabiojferraz@usp.br
http://lattes.cnpq.br/3430063252375539

Publicado

23-12-2022