Narrativas à margem: deslocar epistemes para uma metodologia do comum

Autores

  • Daniele Caron Universidade Federal do Rio Grande do Sul
  • Rodrigo Isoppo Universidade Federal do Rio Grande do Sul
  • Katia Oliveira Universidade Federal do Rio Grande do Sul
  • Gianluca Perseu Universidade Federal do Rio Grande do Sul

Palavras-chave:

Planejamento urbano, Colonialidade, Comum, Narrativa, Cartografia

Resumo

A conjuntura de instabilidade política, econômica e social que assola o ocidente na contemporaneidade nos convoca a discutir os pressupostos epistemológicos que agenciam a problemática urbana em sua colonialidade, apontando para a necessária ruptura de um regime de autorização discursiva que invisibiliza as narrativas situadas à margem da produção urbana hegemônica. Rever tais pressupostos implica desnaturalizar o modus operandi do planejamento urbano ocidental, fazendo emergir modos de subjetivação que escapam à normatividade imposta pelo sistema patriarcal e neoliberal, e abrir caminho às práticas urbanas que recuperam o comum (DARDOT, LAVAL, 2017) como racionalidade alternativa ao capitalismo e como composição complexa das diferenças. A partir do reconhecimento da narrativa como epistemologia da experiência, a metodologia busca cartografar as narrativas historicamente apagadas e excluídas da cidade, a fim de atualizar e ampliar os limites dos métodos de pesquisa nos estudos urbanos, tendo em vista a complexidade da cidade contemporânea. A espiral da mimese de Ricoeur (1994) nos possibilita agenciar as derivas e intervenções urbanas como experiência narrada para entrever as singularidades que compõem a heterogeneidade do comum, e fazer emergir argumentos outros sobre a cidade vivida, capazes de deslocar a colonialidade do saber que ainda impera na disciplina urbanística.

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Biografia do Autor

Daniele Caron, Universidade Federal do Rio Grande do Sul

É arquiteta e urbanista e Doutora em Urbanismo. É docente da Faculdade de Arquitetura e do Programa de Pós-Graduação em Planejamento Urbano e Regional da Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Coordena o grupo de pesquisa Margem - Laboratório de Narrativas Urbanas, onde estuda a narrativa e o comum na paisagem contemporânea.

Rodrigo Isoppo, Universidade Federal do Rio Grande do Sul

É Bacharel em Ciências Sociais, Mestre em Psicologia Social e Institucional e pesquisador do Programa de Pós-graduação em Psicologia Social e Institucional da Universidade Federal do Rio Grande do Sul. É assessor de Políticas Públicas do Conselho Regional de Psicologia do Rio Grande do Sul e pesquisador do grupo de pesquisa Margem - Laboratório de Narrativas Urbanas, onde trabalha sobre estudos da subjetividade, movimentos sociais e estudos ensaísticos.

Katia Oliveira, Universidade Federal do Rio Grande do Sul

É arquiteta e urbanista, Mestre em Memória Social e Patrimônio Cultural, e pesquisadora no grupo de pesquisa Margem - Laboratório de Narrativas Urbanas, da Universidade Federal do Rio Grande do Sul.

Gianluca Perseu, Universidade Federal do Rio Grande do Sul

É arquiteto e urbanista e pesquisador do Programa de Pós-graduação em Planejamento Urbano e Regional da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, onde integra o grupo de pesquisa Margem - Laboratório de Narrativas Urbanas.

Publicado

20-07-2020