A paisagem enquanto experiência: uma estratégia metodológica

Autores

  • Maria Cecília Bom de Lima Instituto de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo
  • Luciana Martins Schenk Instituto de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo

Palavras-chave:

Paisagem, Paisagem fenomenológica, Projeto

Resumo

A noção de paisagem envolve diversos campos disciplinares como geografia, ecologia, arte, arquitetura e urbanismo, sendo que as distintas abordagens se vinculam às especificidades de cada campo. Cabe, aos arquitetos urbanistas, a paisagem segundo a perspectiva do projeto, cotejando esses campos e procurando compreender essas abordagens em seu processo de síntese na proposição de lugares. Para tanto, são desenvolvidas estratégias metodológicas que envolvem leituras que procuram abarcar as complexidades dos territórios objeto de propostas de intervenção. No contexto contemporâneo, têm ganhado espaço processos de projeto que buscam acessar a paisagem enquanto experiência fenomenológica, que agencia seus aspectos objetivos e subjetivos. Este artigo pretende discutir a questão do método de pesquisa em um campo do conhecimento que desenvolve estudos sobre a cidade e sua paisagem, e a vida urbana. Para tanto, apresenta uma estratégia metodológica de projeto da paisagem que busca articular a leitura materializada pela frequentação desse território, através da perspectiva do caminhante, às leituras convencionais, pautadas por representações cartográficas, informações quantitativas, legais e historiográficas. Essas leituras tornam visíveis, pela experiência, lugares indeterminados da cidade contemporânea e as práticas da esfera cotidiana. Tal estratégia foi ensaiada pelo Grupo de Trabalho dos Parques Urbanos de São Carlos (GTPU), que escolheu como objeto de estudo um trecho da bacia hidrográfica do Córrego Monjolinho, na cidade de São Carlos, estado de São Paulo, chegando à proposição do Parque da Orla do Monjolinho.

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Biografia do Autor

Maria Cecília Bom de Lima, Instituto de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo

Tem graduação em Arquitetura e Urbanismo e mestrado em Teoria e História da Arquitetura e do Urbanismo. É pesquisadora do programa de Pós-graduação em Arquitetura e Urbanismo no Instituto de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo, e membro do Grupo de Trabalho dos Parques Urbanos de São Carlos, SP. Desenvolve pesquisa sobre conceituação e metodologia em Arquitetura da Paisagem.

Luciana Martins Schenk, Instituto de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo

É graduada em Arquitetura e Urbanismo e Filosofia, e Doutora em Arquitetura e Urbanismo. É professora do Instituto de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo, IAU-USP, e do Programa de Pós-graduação em Arquitetura e Urbanismo da mesma instituição. É presidente da Associação Brasileira de Arquitetos da Paisagem - ABAP, e co-líder do Grupo de Pesquisa YBY - Estudos Fundiários, Políticas Urbanas, Produção do Espaço e da Paisagem. Estuda cidades, desenvolvimento e paisagem, sistema de espaços livres, paisagem e projeto, projetos de ruas, praças e parques.

Publicado

20-07-2020