Limites cognitivos das ciências sociais e do senso comum

Autores

  • António Pedro de Andrade Dores Instituto Universitário de Lisboa (ISCTE), Portugal

Palavras-chave:

Homeostasia, Prisões, Moral, Teoria social, Hierarquia, Natureza, Fronteiras

Resumo

As ciências sociais, como o senso comum, não têm sido suficientemente enfáticas na condenação do mal que representa o sistema penitenciário. Às ciências sociais repugna o biologismo, o carácter biológico da humanidade, e a ideologia, o modo como as elites iludem as populações submissas e que as teorias sociais integram. António Damásio, a partir da biologia da mente, desafia as ciências sociais a considerarem a natureza humana: o nosso fundo emocional que sustenta a consciência, como distintos níveis de realidade existencial assente nos corpos e na vida de que somos um resultado. A ruptura científica proposta por Damásio admite uma nova luz sobre o desempenho moral das prisões modernas: como o fundo emocional das penas (retaliador) sustenta a (boa ou má) consciência (jurídica e social) que institucionaliza as penitenciárias? A partir das ciências sociais, este artigo apresenta uma crítica dos fundamentos teóricos que estão na base da dificuldade epistémica e institucional de admitir e potenciar a colaboração entre as ciências sociais e as ciências naturais, participando na crítica que Damásio faz à teoria biológica.

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Biografia do Autor

António Pedro de Andrade Dores, Instituto Universitário de Lisboa (ISCTE), Portugal

É sociólogo, Doutor em Sociologia. Departamento de Sociologia do ISCTE, do Instituto Universitário de Lisboa, Portugal. Estuda a instabilidade pessoal e social própria da vida em contraponto à noção de conflito social como ruptura ocasional e esporádica da estruturação social.

Publicado

10-12-2018