A valorização das ruínas como espaços livres
Palavras-chave:
Ruínas, Paisagem, Terrain vague, Espaço livre, Verdant ruinsResumo
A ruína é singular, sublime e pitoresca, formada por estratificações do tempo e lacunas que permitem a indissociável relação com a paisagem. A obra arruinada, ainda que disforme, proporciona a interpretação do passado e auxilia na construção da memória, por ser um testemunho material da história e carregar as marcas do tempo. Por sua condição de vazio como ausência, promessa e expectativa e, lugar aparentemente abandonado, residual e com acentuada carga cultural anterior predominante, associamos à noção de terrain vagues. Dessa forma, adota-se a ruína como um espaço livre aberto, com objetivo de constatar nas discussões acerca da preservação de ruínas patrimoniais, pontos que aportem intervenções de caráter conservativo. Analisa-se o caso da Hospedaria dos Imigrantes, em Santos, São Paulo, Brasil, uma construção inacabada, subutilizada até sua consolidação como ruína e terrain vague, debatendo a possibilidade de uma intervenção pautada nas correntes da conservação e na abordagem das verdant ruins, capazes de garantir a permanência da ruína como um espaço livre vegetado na cidade.