#NãoVaiTerNovaBH: linhas de fuga na produção da cidade neoliberal

Autores

  • Janaina Marx Pinheiro Facultad de Arquitectura y Urbanismo, da Universidad Central del Ecuador (FAU-UCE), Equador
  • Josiane Alves Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)
  • Brenda de Castro Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)
  • Natacha Rena Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)

Palavras-chave:

Operações urbanas consorciadas, Parceria público-privada, Ativismo urbano, OUC Nova BH, Indisciplinar

Resumo

As últimas décadas significaram um aprofundamento da segregação socioespacial nas cidades brasileiras. O avanço do urbanismo neoliberal, que envolve uma imbricação profunda entre o Estado e o mercado, converteu nossas metrópoles em vítimas do modelo de gestão empresarial, privilegiando o capital imobiliário e financeiro em prejuízo de um justo e democrático desenvolvimento urbano. No Brasil, o Estatuto da Cidade incorporou novos instrumentos de gestão urbana associados diretamente à lógica do empreendedorismo urbano neoliberal, contrariando as expectativas das lutas sociais empreendidas quase 20 anos antes pelo Movimento Nacional pela Reforma Urbana, que reivindicavam uma nova forma de pensar a cidade baseada na gestão democrática e na função social da propriedade. A aprovação desta lei permitiu que as administrações municipais, principalmente das grandes cidades como São Paulo, Rio de Janeiro e Belo Horizonte, adotassem o instrumento Operação Urbana Consorciada como dispositivo para a promoção da cidade-empresa, viabilizando a flexibilização da legislação urbana e fomentando as parcerias público-privadas. Em Belo Horizonte, a Operação Urbana Consorciada Nova BH se configurou como um grande projeto urbano a favor dos interesses privados. No entanto, a rede formada por grupos acadêmicos, movimentos sociais e sociedade civil estabeleceram uma importante resistência contra este grande projeto que abarcaria entre 7 e 10 % de todo o território municipal. Neste sentido, o grupo de pesquisa Indisciplinar EA-UFMG buscou agenciar atores das redes de lutas urbanas na cidade utilizando um processo tecnopolítico de disputa que envolveu tanto a produção de informação e mobilização nas redes digitais, quanto a presença constante da rede de ativistas urbanos nas ruas.

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Biografia do Autor

Janaina Marx Pinheiro, Facultad de Arquitectura y Urbanismo, da Universidad Central del Ecuador (FAU-UCE), Equador

É arquiteta e urbanista. Mestre em Arquitetura e Urbanismo. Professora do curso de Arquitetura e Urbanismo,da Facultad de Arquitectura y Urbanismo, da Universidad Central del Ecuador (FAU-UCE). Membro do grupo de pesquisa Indisciplinar da UFMG.

Josiane Alves, Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)

É estudante do curso de Arquitetura e Urbanismo, da Universidade Federal de Minas Gerais. Membro do grupo de pesquisa Indisciplinar.

Brenda de Castro, Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)

É estudante do curso de Arquitetura e Urbanismo, da Universidade Federal de Minas Gerais. Membro do grupo de pesquisa Indisciplinar.

Natacha Rena, Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)

É arquiteta e urbanista, Doutora em Comunicação e Semiótica. Professora do curso de Arquitetura, da Escola de Arquitetura e Urbanismo, da Universidade Federal de Minas Gerais. Coordenadora do grupo de pesquisa Indisciplinar. Estuda cartografia das lutas territoriais e urbanismo biopolítico.

Publicado

01-07-2017