Transfluência: reflexão urbanística sobre um conceito

Autores

  • Carlos Henrique Magalhães de Lima Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de Brasília (UnB)

Palavras-chave:

Transfluência, Nego Bispo, Repertório, Práticas urbanísticas

Resumo

O artigo problematiza a incorporação da dimensão racial em ativismos sociais nas cidades a partir do termo “transfluência”. O conceito foi elaborado pelo pensador quilombola Nego Bispo para refletir – entre outros fenômenos – sobre o conjunto heterogêneo e vagamente articulado de concepções da existência das populações negras, no Brasil. Para Bispo, essas experiências derivam de cosmologias diversas e referências identitárias que formam modos particulares de resistências e colaborações próprias ao espaço-tempo geopolítico do Sul Global. Nesta abordagem de caráter teórico, o objetivo é promover reflexão crítica cotejando conceitos associados a identidades de lutas. Metodologicamente, tratamos aqui de associar fontes teóricas relacionando a transfluência ao termo repertórios de ação coletiva: conjunto estruturado, mas flexível, de formas de agir em ciclos de ativismo. Espera-se que a análise de eventos insurgentes face às práticas urbanísticas no porto do Rio de Janeiro e de Salvador possam criar referências para uma historiografia regional, já que o cruzamento entre a ideia de transfluência e o par conceitual repertório/performance é potencialmente capaz de ampliar o quadro de estudos dedicados aos ativismos de aspecto espacial.

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Biografia do Autor

Carlos Henrique Magalhães de Lima, Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de Brasília (UnB)

É arquiteto e urbanista, Doutor em Urbanismo e Professor Adjunto da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de Brasília (UnB). É membro do Grupo Arquivos, fontes e narrativas: entre cidade, arquitetura e design, da Universidade de Brasília e pesquisa relações entre ativismo e espaço urbano, e relações raciais em espaços urbanos.

Publicado

21-12-2021