Perspectivas críticas entre arte e arquitetura: o ideário moderno visto através das investigações de Dan Graham
Palavras-chave:
Dan Graham, Alto Modernismo, Arte Contemporânea, Arquitetura ContemporâneaResumo
Na esteira das críticas ao ideário Moderno, realizadas desde meados da década de 1960, a trajetória de Dan Graham desponta como paradigmática. Atuando na fronteira entre a arte e a arquitetura, o artista mobilizou princípios estéticos dominantes entre ambos os campos para desvendar seus limites e contradições, questionando os próprios termos da prática e do pensamento artístico e arquitetônico engendrados pelos discursos de matriz modernista, até então hegemônicos. A maneira como utilizou os códigos de linguagem das principais correntes de produção em solo norte-americano acabou por delinear estratégias de ressemantização de suas respectivas prerrogativas estéticas, pondo em questão a percepção de seus significados formais e também conceituais. Como o presente artigo pretende demonstrar, aspectos fundamentais para os “objetos específicos” da emergente produção Minimalista, bastante próximos à fórmula “a forma segue a função” do Alto Modernismo arquitetônico – segundo a avaliação do artista –, serão subvertidos para revelar o contexto institucional (político e ideológico) que incide sobre objeto, público e o espaço em que estão inseridos. Estes fatores levaram o artista a indagar-se sobre o hermetismo destes programas político-estéticos, e a desenvolver uma produção que buscou lidar criticamente com a nova inserção social da cultura na sociedade de massas. As análises das principais propostas e textos produzidos por Graham enfocando esta problemática oferecerão visões singulares sobre o pensamento estético que orientava a produção cultural de seu tempo, atuando no interior de seus próprios discursos e práticas, sem perder de vista a urgência de se ensaiar novas maneiras de pensar a produção artística e arquitetônica contemporâneas a partir das lacunas deixadas pelos discursos e práticas do modernismo.