Casa PA: entre Paulo Mendes da Rocha e Metro Arquitetos
Palavras-chave:
Arquitetura Moderna, Arquitetura Contemporânea, Arquitetura ResidencialResumo
Em 2003, a Casa PA é construída em São Paulo, com projeto desenvolvido pelo Metro Arquitetos Associados, escritório fundado em 2000, e Paulo Mendes da Rocha, formado em 1954. A casa ganha destaque por nela estarem hibridizadas referências e práticas de duas gerações de arquitetos. Potencialmente, trata-se de um obra “radical” por traduzir um movimento dialético de referência ao ideário moderno e, ao mesmo tempo, de sua negação ou superação. Para mensurar essa “hibridização ou radicalidade”, emprega-se o conceito de tipo em arquitetura e o modo como ele passou a ser tratado na concepção projetual moderna. Mais do que uma pré-figuração do projeto, o tipo passou a ser adotado como uma estrutura formal aberta a investigações que permite a incorporação de deformações e sobreposições de tipos ou “fragmentos de tipos” já testados em projetos anteriores. Decorrente deste procedimento, em uma sequência de projetos de um arquiteto, é possível identificar um “tipo mãe” e a interferência de um modelo na construção de outro, principalmente através do arranjo e reutilização de “alas-tipo” e da inserção dos elementos irregulares de composição (escadas e os núcleos hidráulicos), cuja função e proporção favorece ou impede a configuração da planta livre. À luz desta discussão, o artigo objetiva identificar como casas anteriores de Mendes da Rocha e do Metro interferem no projeto da Casa PA, entendendo ser esta análise um procedimento privilegiado para discutir o projeto como uma prática reflexiva.