Mobilidade, ausência e capas amarelas
Palavras-chave:
Celulares, Espaço público, Lugares de viver, V!5Resumo
Um sujeito trajando uma inusitada capa amarela tão permeável quanto uma peneira percorre a rua como se estivesse procurando por algo. Nos cotovelos estão caixas de som emudecidas naquele momento e presas em braceletes. Enquanto ele caminha, as pessoas param e observam, tentando decifrar aquele enigma. Algumas, mais curiosas, perguntam ao sujeito o que aquilo significaria, mas ele não fala com ninguém. Até que alguém surge na rua falando ao telefone celular e a capa amarela passa a reagir. Suas caixas de som começam a “falar pelos cotovelos”, trazendo gravações de conversas telefônicas banais. A capa amarela encontrou o que desejava. Ela cerca o distraído falante, envolvendo-o com suas ruidosas falas, seguindo-o insistentemente até que ele perceba o seu entorno: uma ação insólita e perturbadora. (continua no PDF)