O habitar na pandemia da Covid-19: a transição para lugares virtuais
Palavras-chave:
Habitar, Internet Ubíqua, Quarentena, Lugares, AlienaçãoResumo
Desde que a Internet se tornou ubíqua e acessível por meio de tecnologias que atuam como extensões dos corpos humanos, o espaço em que os humanos vivem se tornou híbrido. A necessária quarentena devido à pandemia impôs uma transição drástica das atividades humanas presenciais para o ambiente virtual, tornando-nos mais digitais do que nunca. Essa transição informa nossa compreensão de como a Internet cria ambientes alternativos para o habitar (dwelling) e como os espaços físicos são significativos no contexto da Internet Ubíqua (IU) ao fornecer ambientes para experiências corpóreas. Olhando para o conceito de habitar através da perspectiva de Christian Norberg-Schulz, este artigo discute como a orientação (a habilidade de divagar), a identificação com os lugares (o desenvolvimento de pertencimento) e o significado (a reunião e a concretização do significado da existência) se desdobraram no contexto da IU e durante a quarentena. A sociedade ainda está se adaptando às mudanças no habitar humano ocasionadas pela IU e, embora a Internet seja citada às vezes como a causa da alienação, argumentamos que o habitar e a alienação são, em vez disso, resultado da atitude em relação aos lugares e à vida.