Prospectando qualidades relacionais anticoloniais na Educação em Design
Palavras-chave:
Educação em Design, Pedagogia crítica, Design anticolonial, Paulo Freire, Qualidades relacionaisResumo
A Educação em Design no Brasil pode ser caracterizada pelo cultivo de qualidades estéticas formais e funcionais típicas de mercadorias produzidas em mercados dependentes. Além de reforçar os estereótipos culturais atribuídos pelos colonizadores aos povos que aqui habitam, tais qualidades contribuem para manter a desigualdade que caracteriza a relação histórica colonial. A Educação Crítica em Design busca transformar esta realidade através da práxis anticolonial. Porém, ainda se sabe pouco sobre as qualidades cultivadas por esse tipo de educação. Com o objetivo de caracterizá-la, realizamos um estudo prospectivo sobre as qualidades relacionais que emergiram da práxis anticolonial da rede Design & Opressão, uma rede formada por projetos de extensão e laboratórios associados em diversas instituições brasileiras. Seguindo a tradição dos movimentos sociais latino-americanos, a escolha pelo termo anticolonial expressa que há uma ação política explícita e aliançada às lutas populares nesta práxis, de onde emergem seis qualidades: liberdade, criticidade, solidariedade, autonomia, dialogicidade e monstruosidade. O cultivo destas qualidades oferece novos caminhos para uma formação anticolonial em Design no Brasil.