A paisagem enquanto experiência: uma estratégia metodológica
Palavras-chave:
Paisagem, Paisagem fenomenológica, ProjetoResumo
A noção de paisagem envolve diversos campos disciplinares como geografia, ecologia, arte, arquitetura e urbanismo, sendo que as distintas abordagens se vinculam às especificidades de cada campo. Cabe, aos arquitetos urbanistas, a paisagem segundo a perspectiva do projeto, cotejando esses campos e procurando compreender essas abordagens em seu processo de síntese na proposição de lugares. Para tanto, são desenvolvidas estratégias metodológicas que envolvem leituras que procuram abarcar as complexidades dos territórios objeto de propostas de intervenção. No contexto contemporâneo, têm ganhado espaço processos de projeto que buscam acessar a paisagem enquanto experiência fenomenológica, que agencia seus aspectos objetivos e subjetivos. Este artigo pretende discutir a questão do método de pesquisa em um campo do conhecimento que desenvolve estudos sobre a cidade e sua paisagem, e a vida urbana. Para tanto, apresenta uma estratégia metodológica de projeto da paisagem que busca articular a leitura materializada pela frequentação desse território, através da perspectiva do caminhante, às leituras convencionais, pautadas por representações cartográficas, informações quantitativas, legais e historiográficas. Essas leituras tornam visíveis, pela experiência, lugares indeterminados da cidade contemporânea e as práticas da esfera cotidiana. Tal estratégia foi ensaiada pelo Grupo de Trabalho dos Parques Urbanos de São Carlos (GTPU), que escolheu como objeto de estudo um trecho da bacia hidrográfica do Córrego Monjolinho, na cidade de São Carlos, estado de São Paulo, chegando à proposição do Parque da Orla do Monjolinho.