Um transformismo latino: Bartolina Xixa e a insurreição micropolítica

Autores

  • Douglas Henrique Ostruca dos Santos Universidade Federal do Rio Grande do Sul

Palavras-chave:

Transformismo, Drag queen, Autoficção, Micropolítica, Subjetividade

Resumo

A partir do interesse em processos de montação drag na América Latina, com destaque para o tensionamento em relação às dinâmicas coloniais que se expressam nesses contextos culturais, busca-se investigar o trabalho do argentino Maximiliano Mamani, que dá corpo à drag cholita Bartolina Xixa. Toma-se o modo como o artista emprega o termo ‘transformismo’ e como isso opera em relação às suas montações. No percurso, são atravessados os processos de produção de subjetividade aí implicados, tendo em vista o entrelaçamento entre gênero, sexualidade e raça. As vivências de Maximiliano junto ao transformismo também envolvem uma afirmação da luta de povos originários pelas terras que habitam. Para desenvolver esses aspectos, opera-se com as noções de insurreição micropolítica (ROLNIK, 2018), de drag como autoficção (PRECIADO, 2018), e com a cartografia (ROSÁRIO, 2013, 2016) enquanto “submetodologia indisciplinada” (MOMBAÇA, 2016). Entre as conclusões, entende-se que, em suas experiências e na performance Ramita Seca (2019), Maximiliano dá a ver uma reconfiguração do transformismo como dispositivo comunicacional de enfrentamento aos processos de colonização no âmbito cultural.

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Biografia do Autor

Douglas Henrique Ostruca dos Santos, Universidade Federal do Rio Grande do Sul

É graduade em Cinema e Audiovisual, mestre em Comunicação e Informação e doutorande em Comunicação. Atualmente, é membre do grupo de pesquisa Semiótica e Culturas da Comunicação da Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Tem experiência na área de Comunicação, nos temas: micropolíticas de gênero, micropolíticas queer, cartografia, processos de montação dos corpos, movimentações drag, cinema e audiovisual. 

Publicado

17-07-2021