Entre clichês e intenções: reflexões sobre o processo criativo no ambiente digital

Autores

  • Aura Celeste Santana Cunha
  • Ney de Brito Dantas

Palavras-chave:

Parametrização, V!11, processo criativo, obra digital, método inferencial, crítica genética

Resumo

A proposta do presente trabalho reside em investigar a natureza do processo criativo estabelecendo um paralelo, na arte e na arquitetura, entre o analógico e o digital através de uma reflexão crítica sobre o ambiente digital no processo de criação e possíveis métodos de investigação. Ao deixarmos o ambiente analógico e ingressarmos no contexto do ambiente digital, poderemos estabelecer diferenças quanto a esses ambientes em relação ao clichê no processo criativo? Como o processo criativo dentro desse mundo do código binário estabelece relação com a forma e, principalmente, em sua almejada fuga dos clichês? A arquitetura, desde a década de 1990, segundo a arquiteta e professora israelense Rivka Oxman (2006), tem direcionado a ótica do processo criativo do projeto em arquitetura no ambiente digital de uma forma cada vez mais integrada. Sendo assim, como identificar as intenções do processo criativo no ambiente digital, como no caso dos processos criativos da arquitetura contemporânea? Quais são os documentos desses processos, também conhecidos como registros do processo de criação, na era digital? Se os registros documentais dos novos processos criativos dentro do ambiente digital existirem fora do mundo codificado talvez seja possível estabelecermos esse diálogo, mesmo que parcial, através do método inferencial com a obra digital. Caso contrário, ao mergulhar unicamente na complexidade das redes de informação binária, corremos o risco de não conseguir produzir uma descrição histórica pertinente da obra ou do seu processo, ou mesmo seu próprio vestígio de intenção de ação ou efeito, pois estarão submersos na longa cauda da era da informação digital. Por outro lado, se abordamos o estudo do processo criativo da obra digital pelo crivo do método da crítica genética, talvez haja maior êxito, uma vez que o método permite observar os percursos de fabricação da obra entre todos os seus registros materiais associados e pertinentes a ela.

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Biografia do Autor

Aura Celeste Santana Cunha

É Mestre em Computação. Professora assistente no Curso de Design do Departamento de Arquitetura e Urbanismo da Universidade Federal do Ceará e pesquisadora no Programa de Pós-Graduação em Design do Centro de Artes e Comunicação (CAC) da Universidade Federal de Pernambuco.

Ney de Brito Dantas

É pesquisador da Pós-Graduação de Design. Professor do Departamento de Arquitetura da Universidade Federal de Pernambuco. Pesquisa soluções para situações como riscos e vulnerabilidades causados por eventos climáticos extremos; desenvolvimento humano; melhoria da qualidade de vida das cidades.

Publicado

10-12-2015