A pornificação do trabalho: uma reflexão a partir de Paul B. Preciado

Autores

  • Marcos Namba Beccari Setor de Artes, Comunicação e Design da Universidade Federal do Paraná

Palavras-chave:

Teoria do trabalho, Covid-19, Neoliberalismo, Paul B. Preciado

Resumo

Esta é uma contribuição ao dossiê “Nunca fomos tão digitais” da revista V!RUS, abordando a vinculação entre tecnologias digitais e a precarização do trabalho. Proponho um recuo teórico acerca do que Paul B. Preciado chamou de “pornificação do trabalho”, com o propósito de assinalar a proeminência de tal noção no contexto da pandemia global de 2020. Para delimitar o conceito, aponto sua veiculação com a ideia de “biopolítica”, de um lado, e seu distanciamento em relação aos teóricos do “pós-fordismo”, de outro. Na sequência, explico como Preciado associa a produção pornográfica aos modos vigentes de trabalho. Por fim, argumento que o trabalho pornificado despontou na conjuntura pandêmica sob o signo de uma multidão de corpos disponíveis e descartáveis. Ao especificar tal dimensão da crise pandêmica global, o meu intuito é destacar o caráter predatório que a economia neoliberal adquiriu recentemente e, por conseguinte, a precarização geral das condições de trabalho.

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Biografia do Autor

Marcos Namba Beccari, Setor de Artes, Comunicação e Design da Universidade Federal do Paraná

É bacharel em Design Gráfico, mestre em Design e doutor em Educação. É professor do Setor de Artes, Comunicação e Design da Universidade Federal do Paraná e do Programa de Pós Graduação em Design da mesma instituição. Trabalha principalmente com estudos da visualidade, estudos do discurso e estudos crítico-filosóficos em design. Lidera o Grupo de Estudos Discursivos em Arte e Design da UFPR, e atualmente desenvolve um projeto de pesquisa acerca das tecnologias sexuais.

Publicado

19-12-2020