Caminhar e cartografar na fronteira Chuí-Chuy
Palabras clave:
Cartografia, Caminhada, FronteiraResumen
Percorremos as cidades-gêmeas Chuí e Chuy, localizadas na fronteira entre o Brasil e o Uruguai, com o objetivo de construir e compartilhar informações sobre os lugares públicos encontrados nesse espaço-entre da contemporaneidade. No caso do Chuí-Chuy, uma linha reta demarca a divisão-ligação que atravessa o mapa e a vida urbana de ambas as cidades. A metodologia utilizada foi a cartografia urbana, a partir de caminhadas exploratórias ao longo da linha de fronteira, durante as quais realizamos coleta de dados através de mapas, fotografias, vídeos e entrevistas, a fim de vivenciar a fronteira na fronteira. A cartografia urbana busca acompanhar processos e modos de vida, trazendo à tona o indizível nas cidades como forma de composição de outras críticas urbanas. A caminhada utilizada como prática estética e ética visa à imersão corpórea do pesquisador no cenário caótico e complexo da cidade fronteiriça. Nesses lugares urbanos, foi possível encontrar a “hostipitalidade” derridiana, uma hospitalidade-hostil, do acolhimento submetido a condicionamentos. Caminhar e cartografar são encontros na direção contrária; um escrever a cidade que permite uma revolução, uma possibilidade de criação como insurreição do devir nesse entre-lugar-linha de fronteira. A informação obtida nos faz questionar sobre a responsabilidade política, social e ética do arquiteto e urbanista no desvendamento dos acontecimentos menores e à margem.