Neutralidade tecnológica: reconhecimento facial e racismo

Autores/as

  • Alex da Rosa Universidade do Extremo Sul Catarinense - UNESC
  • Sara de Araújo Pessoa Universidade do Extremo Sul Catarinense - UNESC
  • Fernanda da Silva Lima Universidade do Extremo Sul Catarinense - UNESC

Palabras clave:

Racismo, Reconhecimento facial, Política criminal atuarial

Resumen

Como efeito das políticas de isolamento social, a atual pandemia de Covid-19 acirrou desigualdades sociais e intensificou o uso de ferramentas digitais, desembocando em um efeito duplo: dispositivos eletrônicos servindo como objeto de lazer e/ou aparelhos de vigilância. Pensando na aceleração da virtualização dos processos gerada pela pandemia, o presente artigo trata da utilização de dispositivos tecnológicos por instâncias formais de controle, no Brasil, que reproduzem racismo apesar de se colocarem neutros. A pesquisa problematiza a instrumentalização de uma política criminal racista, especificamente de dispositivos de reconhecimento facial com fins policiais em cinco estados do Brasil, conforme estudo do Instituto Igarapé. Orientando-se pelo método indutivo e por meio de revisão bibliográfica, a pesquisa explora a diluição do racismo via dispositivos digitais, levantando a indagação quanto à suposta neutralidade tecnológica. Para isso, realizou-se um breve levantamento do panorama nacional de políticas criminais de reconhecimento facial, bem como de sua aplicação. Identificaram-se, ainda, os estados que as adotaram e suas conclusões preliminares. Não obstante, tratou-se de investigar como a instrumentalização de dispositivos tecnológicos configura e compõe uma política criminal atuarial capaz de acentuar e multiplicar, em outros planos, o racismo que atravessa a sociedade.

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Biografía del autor/a

Alex da Rosa, Universidade do Extremo Sul Catarinense - UNESC

É bacharel em Direito e estuda tecnologias de controle e dispositivos de poder na Universidade do Extremo Sul Catarinense - UNESC. É membro do Grupo Andradiano de Criminologia Crítica e atuante em projetos sociais. Desenvolve pesquisas a partir de um abordagem filosófica, buscando pensar as formas modernas de controle com foco em algoritimos e redes de informação.

Sara de Araújo Pessoa, Universidade do Extremo Sul Catarinense - UNESC

É bacharela em Direito, mestra em Direitos Humanos e Sociedade, e pesquisadora-membro do grupo Andradiano de Criminologia Crítica. Coordenadora adjunta do Núcleo de Estudos Avançados em Economia Política da Pena (GAEP - IBCCRIM), pesquisa a questão criminal numa perspectiva crítica, decolonial e abolicionista, e estuda criminologia crítica latino-americana interseccionando com teorias raciais, de gênero e de classe.

Fernanda da Silva Lima, Universidade do Extremo Sul Catarinense - UNESC

É bacharela, mestra e doutora em Direito. Professora permanente do Programa de Pós-graduação em Direito da Universidade do Extremo Sul Catarinense - UNESC. Professora titular da disciplina de Direitos Humanos da UNESC, vice líder do Núcleo de Estudos em Direitos Humanos e Cidadania - NUPEC - UNESC, e líder do grupo de pesquisa em Direitos Humanos, Relaçoes Raciais e Feminismos - NEGRA - UNESC. Integrante do Núcleo de Estudos Étnico-raciais, Afrobrasileiros, Indigenas e Minorias - NEAB - UNESC.

Publicado

19-12-2020