A pornificação do trabalho: uma reflexão a partir de Paul B. Preciado
Palabras clave:
Teoria do trabalho, Covid-19, Neoliberalismo, Paul B. PreciadoResumen
Esta é uma contribuição ao dossiê “Nunca fomos tão digitais” da revista V!RUS, abordando a vinculação entre tecnologias digitais e a precarização do trabalho. Proponho um recuo teórico acerca do que Paul B. Preciado chamou de “pornificação do trabalho”, com o propósito de assinalar a proeminência de tal noção no contexto da pandemia global de 2020. Para delimitar o conceito, aponto sua veiculação com a ideia de “biopolítica”, de um lado, e seu distanciamento em relação aos teóricos do “pós-fordismo”, de outro. Na sequência, explico como Preciado associa a produção pornográfica aos modos vigentes de trabalho. Por fim, argumento que o trabalho pornificado despontou na conjuntura pandêmica sob o signo de uma multidão de corpos disponíveis e descartáveis. Ao especificar tal dimensão da crise pandêmica global, o meu intuito é destacar o caráter predatório que a economia neoliberal adquiriu recentemente e, por conseguinte, a precarização geral das condições de trabalho.