Contravenção em ruínas arquitetônicas contemporâneas
Palabras clave:
Ruína, Memória, Arquitetura, ArteResumen
O artigo discute a ruína como conceito e substância: uma construção que marca um tempo que não mais existe, ao perder sua matéria e função, provoca uma inquietação por sua incompletude ou abandono, o que a recoloca no tempo, exigindo uma nova compreensão. Entendendo que a sua relação com a sociedade se estabelece de modo plural — pela nostalgia ou trauma — o artigo tem como objetivo procurar compreender os valores que levam à sua preservação ou destruição, além do modo como são reinseridas no tempo presente. Para tanto, a pesquisa parte dos conceitos e teorias já estabelecidos (como o conceito de valor desenvolvido por Alois Riegl) e contemporâneos (aqui expresso na abordagem da nostalgia e memória de Andreas Huyssen). Alguns exemplos elencados — trabalhos artísticos e arquitetônicos — contribuem para este olhar: são ações que podem romper com leituras tradicionais, na medida em que intensificam nossa experiência e despertam a capacidade crítica. A hipótese aqui levantada é a de que a recuperação da ruína, como discurso ou como espaço de uso renovado, pode ser entendida como uma transgressão do curso natural do tempo ou do próprio valor a ela atribuído.