Memória e políticas urbanas do Rio de Janeiro (anos 1960 e 1970)
Palavras-chave:
Rio de Janeiro, Memória urbana, Patrimônio urbano, PreexistênciasResumo
A valorização da área central carioca como patrimônio ambiental urbano ganha força na década de 1970, motivada pela tensão das perdas sucessivas de exemplares de valor cultural significativo, pela mudança nos cânones conceituais de preservação e pela atuação dos órgãos de preservação nas instâncias federal e municipal. Tomando parte do debate proposto pelo Dossiê A Construção da Memória da Revista V!RUS, este artigo tem por objetivo compreender o percurso das mobilizações em favor da memória urbana na antiga capital do país após a mudança para Brasília. Nos interessa explorar como as preexistências urbanas do Rio Antigo serão transformadas de empecilho num primeiro momento após a mudança e depois em um fator de valorização identitário, levando a políticas inovadoras de valorização da memória. O artigo acompanha como os planos diretores e os projetos urbanos de transformação da cidade estiveram mesclados à sensação de perda e à construção social de uma identidade de passado na cidade após a mudança da capital para Brasília. Discute-se como em meados dos 1970, por meio do Plano Urbanístico Básico, o PUB-Rio, abre-se o caminho para o protagonismo das preexistências urbanas e da memória, viabilizando-se políticas de preservação urbana no Rio de Janeiro. Este artigo discute os usos do passado e da memória na cidade do Rio de Janeiro, circunscrevendo os projetos urbanos e as ações de patrimônio cultural nos anos 1960 e 1970.