Tecendo memórias no fio da luta: decolonialidade na história da cidade
Palavras-chave:
História da arquitetura e da cidade, Decolonialidade, Memória, Cotidiano, Lutas urbanasResumo
A colonialidade do saber urbano atravessa o campo dos estudos históricos da arquitetura e da cidade no Sul Global e contribui para a invisibilização da história e da memória de grupos subalternizados. Com base nessa premissa, o trabalho traz uma perspectiva decolonial circunscrita nos debates teóricos acerca do Sul Global que busca questionar as teorias e metodologias hegemônicas, vinculando a crítica à experiência concreta das sociedades marcadas pelo colonialismo. Nosso objetivo é colaborar na construção de uma historiografia da arquitetura e da cidade que contemple as memórias de grupos sociais em situação de subalternidade. Sugerimos que a observação do cotidiano e das lutas urbanas possa contribuir para a democratização da história e da memória coletiva. Nesse sentido, abordamos as ocupações de moradia popular da região portuária do Rio de Janeiro e as lutas urbanas pelo direito à moradia e ao trabalho, evidenciando as sujeitas e os sujeitos que vivem na cidade e a constroem. Utilizando o relato oral como método, trazemos a narrativa e o cotidiano da mulher periférica trabalhadora para o centro da história. Como resultados principais, avançamos na reflexão em torno das categorias colonial e decolonial, eurocentrado e subalterno dos debates teóricos situados no Sul Global, evidenciando, essencialmente, a fala da mulher trabalhadora na disputa das narrativas.