Manifesto epistemológico: por uma escrita contra-hegemônica
Palavras-chave:
Epistemologias Feministas, Produção do Conhecimento Científico, Escrita Feminista;, Projeto Metodológico-Político-ÉticoResumo
O cenário da produção de conhecimento científico e pesquisa das ciências sociais de ontem e de hoje foi/é conformado por valores hegemônicos como universalidade, imparcialidade e neutralidade. Em sua contramão, também no ontem e no hoje, encontramos, dentre tantas vozes resistentes, aquelas pertencentes às epistemólogas feministas, que têm buscado denunciar o fazer acadêmico tradicional e propor, em seu lugar, um aporte teórico de caráter revolucionário, que suscite a crítica e o posicionamento político e ético do(a) pesquisador(a). No intuito de contribuir e estimular a crítica ao pensamento hegemônico que circula na área da arquitetura e urbanismo, o objetivo deste escrito é elaborar uma aproximação analítica a uma das referências da pesquisa de cunho contra-hegemônico: a epistemologia feminista, a fim de colaborar na revisão de algumas das categorias analíticas existentes e repensar delimitações de métodos, procedimentos e do papel do(a) pesquisador(a), com vistas à possibilidade de um pensar mais democrático. Para tanto, o caminho metodológico proposto foi a elaboração de um levantamento de referências bibliográficas, que buscou abordar as temáticas do giro decolonial e das epistemologias feministas. Como resultado, apresentamos um artigo-manifesto que propaga um projeto outro de produção do conhecimento científico, constituindo-se como um projeto metodológico-político-ético, que possui ferramentas metodológicas que dão condições de construir um conhecimento situado, parcial, responsável e, por isso, comprometido tanto politicamente como eticamente.