O sentido das possibilidades de uma contra-hegemonia na arquitetura
Palavras-chave:
Arquitetura Moderna, Arquitetura contra-hegemônica, Crítica de arquitetura, Arquitetura moderna brasileiraResumo
O artigo visa refletir sobre as possibilidades críticas — teórico-práticas — de formulações de estratégias da Arquitetura e do Urbanismo que permitam reagir em diferentes níveis às imposições das lógicas sociais destrutivas do mundo contemporâneo. Para tanto, propõe-se um percurso analítico de alguns dos resultados espaciais do processo de racionalização da arquitetura moderna — na sua refração brasileira — a fim de indicar as condições de uma ação crítica — contra-hegemônica — possível na contemporaneidade. Essa reflexão tem como principais marcos teóricos as questões colocadas à arquitetura moderna pelo crítico italiano Manfredo Tafuri e a problematização de Fredric Jameson sobre os impasses teóricos a ela atribuídos. Estes poderiam ser parcialmente superados pela crítica lefebvriana da produção do espaço e da vida cotidiana, permitindo a construção de um horizonte teórico-metodológico de transformação social. As possibilidades do presente indicam que a prática crítica deve perseguir conteúdos espaciais, culturais e sociais que figurem alternativas à abstração progressiva da vida, ou seja, imaginar ações — e realizações — contra-hegemônicas e processuais em relação ao domínio contínuo da hegemonia do capital (Jameson).