Costura como método de investigação da cidade
Palavras-chave:
Cidade, Efemeridade, Espaço público, Feminismo, MétodoResumo
O presente artigo tem como proposta expor reflexões que emergiram da intervenção urbana “Costuramos sonhos”, na qual partimos do intuito de performar o costurar feminino, uma atividade essencialmente doméstica, no ambiente público. Dessa ação-prática, construímos nossa própria "máquina de guerra" e nela encontramos a oportunidade de buscar o nosso processo metodológico, fundamentado na costura como categoria de análise, na efemeridade, na subjetividade, na potência em evocar os corpos femininos e a sua história. Assumir as epistemologias feministas possibilitou vislumbrar aspectos fundamentais da reflexão sobre a questão de método nas ciências e, ao utilizar as incertezas e instabilidades das categorias de análise, confrontamos os limites do método científico tradicional. A partir desse outro olhar, foi possível construir reflexões sobre a mulher e a cidade, e sobre como seus corpos-territórios encontram-se submetidos à lógica do capitalismo patriarcal. Através da subversão do dispositivo da costura, foi possível criar nossa própria relação com o conhecimento.