A carne: conceituando tempo e memória no mundo digital
Palabras clave:
Consciência do tempo, Formação da memória, Tecnologia, Corporificação, Ontologia do tempoResumen
O artigo tem como objetivo desenvolver um relato de consciência do tempo que possa integrar a experiência incorporada e a materialidade em que está inserida. Seguindo Maurice Merleau-Ponty e seu conceito de carne do tempo, apresentarei uma alternativa às teorias idealista e materialista do tempo. Um conceito do tempo, que pode integrar as estruturas complexas das relações corporais e tecnológicas, pode explicar as mudanças de memória provocadas pela tecnologia. Passando passo a passo através de conceitos clássicos do tempo da tradição continental e analítica, vou mostrar como os conceitos mudam gradualmente de relatos puramente subjetivos ou idealistas (KANT, HUSSERL, MCTAGGART) para mais e mais contas materialistas (MELLOR, HANSEN, STIEGLER). Ainda os aspectos experienciais da cognição incorporada e da formação da memória desempenham nenhum papel central. Portanto, o conceito de Merleau-Ponty da carne do tempo será introduzido como um meio para entender a sensibilidade generalizada que vem com a tecnologia digital. Este conceito não substituirá uma conta diferenciada da consciência do tempo e da formação da memória. Pretende, em vez disso, superar o fosso entre a experiência humana e a base material (tecnológica). Assim, pode explicar as mudanças fundamentais na construção da memória à medida que a experimentamos na era digital.