A carne: conceituando tempo e memória no mundo digital

Autores

  • Yvonne Foerster Universidade Leuphana, Lueneburg (Alemanha)

Palavras-chave:

Consciência do tempo, Formação da memória, Tecnologia, Corporificação, Ontologia do tempo

Resumo

O artigo tem como objetivo desenvolver um relato de consciência do tempo que possa integrar a experiência incorporada e a materialidade em que está inserida. Seguindo Maurice Merleau-Ponty e seu conceito de carne do tempo, apresentarei uma alternativa às teorias idealista e materialista do tempo. Um conceito do tempo, que pode integrar as estruturas complexas das relações corporais e tecnológicas, pode explicar as mudanças de memória provocadas pela tecnologia. Passando passo a passo através de conceitos clássicos do tempo da tradição continental e analítica, vou mostrar como os conceitos mudam gradualmente de relatos puramente subjetivos ou idealistas (KANT, HUSSERL, MCTAGGART) para mais e mais contas materialistas (MELLOR, HANSEN, STIEGLER). Ainda os aspectos experienciais da cognição incorporada e da formação da memória desempenham nenhum papel central. Portanto, o conceito de Merleau-Ponty da carne do tempo será introduzido como um meio para entender a sensibilidade generalizada que vem com a tecnologia digital. Este conceito não substituirá uma conta diferenciada da consciência do tempo e da formação da memória. Pretende, em vez disso, superar o fosso entre a experiência humana e a base material (tecnológica). Assim, pode explicar as mudanças fundamentais na construção da memória à medida que a experimentamos na era digital.

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Biografia do Autor

Yvonne Foerster, Universidade Leuphana, Lueneburg (Alemanha)

É filósofa e Doutora em Filosofia. Professora da Universidade Leuphana, Lueneburg (Alemanha), e pesquisadora do Instituto de Estudos Avançados para Ciências Culturais, da Universidade de Konstanz. Estuda filosofia de tecnologia, teorias de corporeidade e do tempo, estética, arte digital e teoria da moda.

Publicado

10-12-2017