A pandemia e suas janelas abertas ou fechadas para as infâncias
Palavras-chave:
Pandemia da Covid-19, Territórios educativos, Desigualdade social, Infâncias e cidadeResumo
Esse artigo propõe uma reflexão sobre as restrições e desafios que as infâncias e a educação pública brasileira enfrentam neste momento, durante a pandemia da Covid-19, considerando a suspensão do acesso físico ao ambiente escolar, a exclusão digital e suas implicações no aumento da desigualdade socioeconômica no país. Por consequência, tem como objetivo discutir o papel da escola e dos espaços livres públicos na retomada das aulas presenciais e na necessidade de reinventar-se a partir das demandas (novas e antigas) das crianças, professores e responsáveis. Com base na sociologia da infância, a partir de Sarmento (2005; 2008; 2020) e Qvortrup (2014), reconhecemos as crianças como sujeitos ativos que interpretam e agem no mundo, que precisam ser estimuladas quanto ao desenvolvimento do seu protagonismo na sociedade, nos espaços livres públicos e em suas escolas. Além disso, recorremos aos conhecimentos de outras áreas como o urbanismo, a sociologia do direito e a pedagogia urbana, a fim de obter um panorama transdisciplinar sobre as mudanças nas apropriações socioambientais da cidade, e as possibilidades de construção de ambientes inclusivos e saudáveis para as crianças.